Recolhimento de Lixo

O conhecimento de que o lixo deve ser colocado em lixeiras torna-se cada vez mais difundido, embora ainda existam "porcalhões" estão aí as crianças, mais conscientes do que os adultos, pra me fazer acreditar em um futuro mais sustentável. No entanto, depois que jogamos o lixo na lixeira, para onde ele vai?

Em Florianópolis e em muitas cidades brasileiras basta dar uma chuva um pouco mais forte para nos depararmos com sacos de lixo (anteriormente depositados em lixeiras) boiando e entupindo bocas de lobo, desaguando no mar ou em rios. Ou seja, a preocupação com o lixo não para no momento em que jogamos nosso lixo nas lixeiras. O recolhimento e a destinação deste lixo também é importante.

De acordo com um a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico realizada pelo IBGE (2000), coleta-se no Brasil diariamente 125,281 mil toneladas de resíduos domiciliares e alarmantes 52,8% dos municípios brasileiros dispõe seus resíduos em lixões a céu aberto ao invés de utilizarem aterros sanitários, muito mais sustentáveis. (Veja a diferença entre lixões e aterros sanitários aqui).

Uma das soluções mais eficientes em relação ao lixo tornou-se realidade em 1992 após a construção da Vila Olímpica de Barcelona, construída para os Jogos de 1992.  Trata-se de um sistema de coleta pneumática que ocorre através de um sistema de canais subterrâneos.

Com este sistema o lixo não fica amontoado, jogado no chão e espalhado pelas ruas. Em vez de latas, existem bocas de lixo com escotilhas onde os cidadãos jogam os sacos. A partir daí a coleta é feita de hora em hora (cada tipo de lixo é coletado em horários diferentes) através de tubulações enterradas por onde os sacos são sugados e "viajam" a até 70km por hora para um centro de coleta, geralmente na periferia da cidade.

Nesses centros de coleta o lixo existem containers, que depois de cheios são transportados para uma usina de triagem, ainda mais afastada da cidade. Plásticos, latas e papel são reciclados. O lixo orgânico vira combustível para mover turbinas que produzem eletricidade.

A iniciativa de Barcelona deu tão certo que hoje já é realidade em pelo menos 50 cidades européias e em Barcelona quase 70% dos moradores já usufruem deste sistema, sendo que muitos dos prédios de apartamentos novos já contam com um sistema interno próprio, onde o morador nem precisa descer com os sacos de lixo até a rua.

No mundo o bom exemplo espalha-se por até 150 cidades e no Brasil esta novidade infelizmente ainda não chegou...o que existe é a perpectiva de o sistema ser implantado em Brasília, uma cidade com topografia plana, necessária para a implantação dos canais. Vamos torcer e ficar de olho para que o projeto seja viabilizado!

Abaixo infográficos explicando como a coisa toda funciona e também uma matéria feita pelo Jornal Nacional sobre o tema.

 

Fontes: O Estadão e Jornal Nacional.